A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NAS DECISÕES DE PRIMEIRA INSTÂNCIA DO TJ-RJ

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12662/2447-6641oj.v18i27.p13-44.2020

Palavras-chave:

Liberdade de expressão, Colisões de Direitos Fundamentais, Comportamento Judicial, Pesquisa Empírica no Direito

Resumo

O objetivo deste trabalho é avaliar a prática judicial da primeira instância na resolução de conflitos entre a liberdade de expressão e a proteção da imagem e da honra, geralmente com pedidos de danos morais formulados. A pergunta de pesquisa é: os juízes de primeira instância, quando confrontados com o conflito entre esses direitos constitucionais, utilizam qual método de decisão? Há o recurso à proporcionalidade, razoabilidade ou ponderação a partir do caso concreto, conforme prescrito pelo Supremo e pela doutrina? A hipótese é de que as decisões de primeira instância destoam daquilo que exige a Constituição, segundo a interpretação do Supremo e da doutrina brasileira. A partir de análise de uma amostra aleatória de 30% das decisões de primeira instância do TJ-RJ no período de 2013 a 2015, constata-se que 34% das decisões não realizam ponderação e nem citam qualquer jurisprudência ou doutrina. Já 43% das decisões não realizam ponderação e nem citam qualquer jurisprudência. Existe uma desconexão entre, de um lado, a doutrina constitucionalista teórica, que descreve a aplicação de métodos sofisticados para a solução de conflitos de direitos fundamentais, e, de outro, a realidade das decisões judiciais que ignoram esses métodos ao tratar do exercício da liberdade de expressão. Mais estudos empíricos são necessários para testar se a situação da justiça estadual do Rio de Janeiro se repete em outros estados brasileiros.

Biografia do Autor

Ivar Alberto Martins Hartmann, FGV Direito Rio

Professor pesquisador. Coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio.

Downloads

Publicado

2020-02-19

Como Citar

HARTMANN, Ivar Alberto Martins. A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NAS DECISÕES DE PRIMEIRA INSTÂNCIA DO TJ-RJ. Revista Opinião Jurídica (Fortaleza), Fortaleza, v. 18, n. 27, p. 13–44, 2020. DOI: 10.12662/2447-6641oj.v18i27.p13-44.2020. Disponível em: https://unichristus.emnuvens.com.br/opiniaojuridica/article/view/2782. Acesso em: 9 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)